Meio Ambiente

2010 - Ano Internacional da Biodiversidade

2010 foi declarado pelas Nações Unidas como sendo o Ano Internacional da Biodiversidade, tendo sido delineado várias actividades a serem desenvolvidas em todos os países do mundo.

 

O que é Biodiversidade?
"Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas." (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica).


De forma mais clara a diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos. 
Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre hábitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético.

Quais são as principais causas da perda da Biodiversidade?

O primeiro e mais significativo desses fatores é a destruição dos ambientes naturais pela espécie humana. O crescimento populacional aumenta a demanda de todas as coisas que o homem precisa, as quais são recursos obtidos principalmente de organismos vivos. O uso progressivo desses recursos leva ao seu desaparecimento e, em contrapartida, a pobreza e a miséria também aumentam. Os mecanismos de recuperação, de reflorestamento e os métodos sustentáveis de agricultura são falhos e a demanda sempre é maior que a produção. Com isso, há necessidade, cada vez maior, de degradar novas áreas para obter carvão, para fazer novos cultivos agrícolas. A degradação dessas áreas certamente produz diminuição da Biodiversidade, pois causa e extinção de várias espécies, muitas das quais totalmente desconhecidas da ciência. A exploração e o uso excessivo, muitas vezes para fins duvidosos, de organismos vivos pelo homem também tem sido um fator que produz grande declínio nas populações naturais. 
 
Por que devemos manter a Biodiversidade?
 
Como respirar sem oxigênio? Pois é, oxigênio que tanto dependemos foi criado e é mantido na atmosfera por conta da Fotossíntese que é realizada por vegetais, particularmente pelas algas fitoplanctônicas microscópicas, que muitas pessoas acreditam que não servem para nada.  Como seria a polinização das plantas que nos servem de alimentos se não fossem os insetos, os pássaros e os morcegos? Como seria o solo se não fossem os microorganismos que decompõem a matéria orgânica e enriquecem o solo com nutrientes? Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.
 
 
E se ocorrer perdas na biodiversidade?
 
Sem a biodiversidade conservada não há garantia de sobrevivência da grande maioria das espécies de animais e vegetais, e conseqüentemente não poderá haver um desenvolvimento sustentável, pois com a destruição dos ambientes naturais a humanidade perderá fontes vitais de recursos para a sua sustentação, de forma que devemos desenvolver métodos e ações concretas para a conservação da biodiversidade.
 
O que fazer para evitar perdas? 
 
Para se diminuir ou evitar a perda da Biodiversidade há necessidade de preservar umas e de conservar outras espécies. Para tanto é preciso que sejam desenvolvidos mecanismos de proteção às espécies de valor conhecido e aquelas em risco de extinção. Esses mecanismos vão desde o armazenamento de sementes ou de embriões, passando pela manutenção de indivíduos em zoológicos, terrários, aquários e viveiros de mudas, e indo até a criação de áreas protegidas e de preservação permanentes, que conservam não apenas as espécies, mas também e principalmente os ecossistemas em que estão inseridas. O mecanismo de criação de áreas protegidas e de Reservas Biológicas parece ser a melhor forma de preservar os ecossistemas da degradação e as espécies da extinção. Até 1950, existiam cerca de 600 áreas protegidas em todo o mundo. Esse número cresceu muito ultimamente e hoje existem pelo menos 3500 áreas, cobrindo cerca de 425 milhões de hectares. Apesar do crescimento, esse número ainda é muito pequeno perto daquilo que realmente se precisa e ainda é muito pouco representativo nas regiões de maior Biodiversidade (florestas tropicais, recifes de corais, ilhas oceânicas). O estabelecimento de parques e reservas livres da interferência humana, visando à regeneração gradativa de florestas, a recomposição da vegetação em áreas desmatadas e a recuperação de áreas degradadas são mecanismos ulteriores que podem auxiliar na manutenção da Biodiversidade. Em algumas situações, certamente, as populações humanas das áreas a serem protegidas poderão ser fontes fundamentais para a orientação no entendimento da Biodiversidade local e por conseqüência do tratamento a ser efetuado na sua preservação ou nas técnicas de conservação e nas pesquisas científicas a serem desenvolvidas. O estudo efetivo das áreas preservadas tem que partir de uma base de entendimento daqueles que ali vivem há muito tempo, pois essas populações sabem como utilizar e ao mesmo tempo manter as condições ambientais do ecossistema.